São três os animais comumente confundidos com serpentes: dois deles são lagartos e o outro um anfíbio.
Fig. 1. Serpente. Fonte: http://indirektasja.blogspot.com/
COBRA-CEGA ou CECILIA (Classe Amphibia): este animal não cobra. Ela é confundida somente pelo formato sem patas de seu corpo, e pode ser diferenciada pelo fato de não possuir escamas.
A Cobra-cega enxerga?
Sim, mas não como nós. A visão destes animais se restringe à percepção de mudanças de luminosidade e vultos.
Por que as cecílias não são serpentes?
Se você está se fazendo esta pergunta, não se preocupe. Os pesquisadores passaram décadas discutindo isso. Hoje se sabe que muitas características anatômicas separam as cecílias das serpentes, como diferenças no esqueleto, órgãos, músculos e até nos ovos. Mas podemos distinguir uma cecília facilmente ao vê-la, pela presença dos anéis dérmicos em volta do seu corpo. As serpentes possuem o corpo coberto por muitas escamas pequenas (que podem ser de muitas cores), mas nunca por grandes anéis. Além disso, a pele das cecílias é úmida, e a das serpentes é seca. Na verdade é mais fácil confundir uma cecília com uma minhoca. Mas não se esqueça: minhocas não têm ossos, e seu corpo é mole, ao passo que o corpo das cobras-cegas possui um esqueleto interno.
Você sabia?
O comportamento dos flhotes de Siphonops annulatus de se alimentarem da pele da mãe (dermatofagia maternal) não é único dentro do grupo das cecílias. Os recém-nascidos da espécie Boulengerula taitanus, que ocorre na África, também se alimentam desta maneira. Qual seria a explicação para a presença deste comportamento em duas espécies de cobras-cegas que continentes distintos?
Os pesquisadores creem que a dermatofagia maternal tenha surgido em um ancestral comum das atuais cecílias americanas e africanas, quando os dois continentes ainda estavam unidos em um só (chamado pelos cientistas de Gondwana), há mais de 100 milhões de anos.
Obras consultadas:
COSTA, Henrique Caldeira. Siphonops annulatus: Cobra-cega. Bicho da Vez, Nº 22. Universidade Federal de Viçosa, 2010.
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