quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pesquisa regional

Museu paraense apresenta nova espécie de cobra-de-duas-cabeças

Anfíbio vive embaixo da terra na área da Calha Norte. Cabeça diferente da cauda é característica única do animal.
O Museu Paraense Emílio Goeldi divulgou a descoberta de uma nova espécie de anfíbio na região da Calha Norte, no Pará. Trata-se de uma variedade do animal popularmente conhecido como cobra-de-duas-cabeças ou, também, cobra-cega.

Representantes Regionais

Nova espécie de cobra-cega
Trata-se de uma variedade do animal popularmente conhecido como cobra-de-duas-cabeças ou, também, cobra-cega. O anfíbio, ganhou o nome científico Mesobaena rhachicephala, faz parte da família Amphisbaenidae e tem hábitos fossoriais, ou seja, vive em túneis no subsolo.
Adaptado para escavar a terra, o bicho tem uma cabeça pontuda cônica. Segundo o Museu Goeldi, é o único gênero no norte da Amazônia que tem uma cabeça diferenciada da ponta da cauda – as outras têm cabeças e pontas de cauda arredondadas.

Fig. 1. Nova espécie de cobra-cega: Mesobaena rhachicephala. Fonte: Ufologia objetiva, 2011. 

A espécie foi encontrada no início de 2008 pela equipe do herpetólogo (especialista em répteis e anfíbios) Marinus Hoogmoed na Calha Norte, área ao norte do Rio Amazonas, no Pará.

OBSERVAÇÕES

A espécie com característica curiosa pode indicar um novo nicho evolutivo.




Obras consultadas:

Curiosidades

  Quais os animais confundidos com Serpentes?  

São três os animais comumente confundidos com serpentes: dois deles são  lagartos e o outro um anfíbio.                                                

                                          
        Fig. 1. Serpente. Fonte: http://indirektasja.blogspot.com/
COBRA-CEGA ou CECILIA (Classe Amphibia): este animal não cobra. Ela é confundida somente pelo formato sem patas de  seu  corpo, e pode  ser diferenciada pelo fato de não possuir escamas. 

A Cobra-cega enxerga?
Sim, mas não como nós. A visão destes animais se restringe à percepção de mudanças de luminosidade e vultos.

Por que as cecílias não são serpentes?
Se você está se fazendo esta pergunta, não se preocupe. Os pesquisadores passaram décadas discutindo isso. Hoje se sabe que muitas características anatômicas separam as cecílias das serpentes, como diferenças no esqueleto, órgãos, músculos e até nos ovos. Mas podemos distinguir uma  cecília  facilmente  ao vê-la, pela presença dos anéis dérmicos em volta do seu corpo. As serpentes possuem o corpo coberto por muitas escamas pequenas (que podem ser de muitas cores), mas nunca por grandes anéis. Além disso, a pele das cecílias é úmida, e a das serpentes é seca. Na verdade é mais  fácil  confundir uma  cecília  com uma minhoca. Mas  não  se  esqueça: minhocas  não  têm ossos,  e  seu  corpo  é  mole,  ao  passo  que  o  corpo  das cobras-cegas possui um esqueleto interno.

Você sabia?
O comportamento dos flhotes de Siphonops annulatus de se alimentarem da pele da mãe (dermatofagia maternal) não é único dentro do grupo das cecílias. Os recém-nascidos da espécie Boulengerula taitanus, que ocorre na África, também se alimentam desta maneira. Qual seria a explicação para a presença deste comportamento em duas espécies de cobras-cegas que continentes distintos?
Os pesquisadores creem que a dermatofagia maternal tenha surgido em um ancestral comum das atuais cecílias americanas e africanas, quando os dois continentes ainda estavam unidos em um só (chamado pelos cientistas de Gondwana),  há mais de 100 milhões de anos.


Obras consultadas:

COSTA, Henrique Caldeira. Siphonops annulatus: Cobra-cega. Bicho da Vez, Nº 22. Universidade Federal de Viçosa, 2010.

Características específicas

A maior parte possui poucos centímetros, atinge 60 cm de comprimento e tem forte musculatura, mas há espécies que atingem 1,5 metros. Possuem corpo cilíndrico, robusto e uniforme, desprovido de patas e mãos. A cauda, forte e curta, tem a mesma forma que a cabeça.
Apresentam dois pequenos tentáculos retrátil na cabeça, um em cada lado, entre o olho e a narina, com função sensorial.
  
Figura 1. Detalhe da cabeça de uma cobra-cega. Repare o olho vestigial (um ponto escuro) e o tentáculo sensorial próximo a ele, parcialmente evertido, ambos indicados pelas setas. Fonte: COSTA, 2010.
A respiração ocorre através de pulmões, mas também absorvem oxigênio através da pele e boca. São escavadores, raramente vistos na superfície, pois vivem em cavidades no solo.
Alimentam-se de pequenos invertebrados, incluindo artrópodes, larvas de cupins e outros insetos.
São ovíparos e como todos os anfíbios, a cobra-cega leva uma vida dupla - primeiro na água e depois em terra firme.


Obras consultadas:

COSTA, Henrique Caldeira. Siphonops annulatus: Cobra-cega. Bicho da Vez, Nº 22. Universidade Federal de Viçosa, 2010.
COLEGIOWEB. Cobras-cegas. 2011. Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/biologia/cobras-cegas.html>


Informações gerais

FILO: Chordata
CLASSE: Amphibia
ORDEM: Gymnophiona (Apoda)

 Figura 1. A cobra-cega, Siphonops annulatus. Fonte: Costa, 2010.

As  cobras-cegas  constituem  um  grupo  de  Gymnophiona  (do  grego  gymnos = nu;  ophioneos = parecido com serpente), devido ao fato de serem parecidas com serpentes sem escama. Também sao conhecidas como Apoda (do grego a = sem; podus = pé), devido  à  ausência  de  membros  locomotores). 
Outro nome  pelo  qual  estes  animais  também  são  conhecidos é  cecília (do  latim  caecus = cego),  pois  todas  as  espécies têm  olhos  pequenos,  rudimentares,  envoltos  sob  uma camada  de  pele  ou  mesmo  ossos  e  pele. 
As cobras-cegas são confundidas com as minhocas,  ou  até  mesmo  uma  serpente.  Porém, apesar  de  ser  popularmente conhecido como “cobra-cega”, trata-se de um anfíbio, como  os  conhecidos  sapos,  rãs  e  pererecas.
Embora  não sejam  verdadeiramente  cegas, aparentemente não são de  enxergar  imagens, pois seus olhos têm fotorreceptora, ou seja,  identificar
a ausência ou presença de luz no ambiente.
Atualmente, os cientistas têm  conhecimento de cerca de 183 espécies de cobras-cegas no mundo (todas habitando a região tropical) e 27 espécies no Brasil.

Figura 2. Algumas  das  espécies  de  Gymnophiona  do  Brasil: A)  Brasilotyphlus guarantanus;  B)  Caecilia  gracilis;  C)  Caecilia  tentaculata;  D)  Rhinatrema bivitatum; E) Siphonops hardyi; F) Typhlonectes compressicauda. Fonte: COSTA, 2010.

A  espécie  Siphonops  annulatus  possui  ampla distribuição  geográfca,  ocorrendo  ao  longo  de  quase toda a América do Sul a leste da Cordilheira dos Andes. Pode chegar a 45 cm de comprimento, e possui o corpo com anéis de coloração cinza-azulada e branca.

Obras consultadas:
COSTA, Henrique Caldeira. Siphonops annulatus: Cobra-cega. Bicho da Vez, Nº 22. Universidade Federal de Viçosa, 2010.